Coletivo 231 ensina percussão e a arte do Hip Hop na Vila Clara

Projetos nasceram em 2021 e buscam parcerias e recursos para expandir atendimento a crianças e adolescentes

REPORTAGEM POR ALINE MELO

Foi no meio da pandemia de Covid-19, em 2021, que nasceu o Coletivo 231. Na Vila Clara, região do Jabaquara, Robson Pereira Teixeira, 36 anos, mais conhecido como Petezera, resolveu criar um projeto de maracatu para as crianças e adolescentes da comunidade. Com aulas no contraturno escolar na quadra comunitária do bairro, cerca de 30 pessoas, entre 7 e 14 anos, começaram a aprender sobre os ritmos brasileiros como maracatu, coco de Roda, ciranda, jongo, o batuque de umbigada, cacuriá, carimbó, entre outros.

Petezera nos conta como essa ideia começou. “O coletivo surgiu em julho de 2021, no ano passado, com a principal proposta de atender as crianças da comunidade, oferecer atividades culturais lúdicas, enfim entre outras né? Pra poder atender essa criançada né? Que em meio a pandemia elas ficaram a ver navios né?

Ficaram aqui na quebrada, brincando na rua, brincando na quadra que é a quadra onde a gente realiza as atividades, né? Que é na mesma rua aqui da onde eu moro, que é sede do coletivo 231, a quadra fica no 270, na mesma rua. Então a princípio a gente começou com atividades de percussão brasileira, né? Com os ritmos de Pernambuco, Nordeste, com Maracatu de Baque Virado e aí mais pra frente uns dois meses depois chegou o Negro Lu. Negro Lu é um grafiteiro aqui da quebrada. Hoje ele está em Itanhaém. Mas ele é da quebrada, ele é da comunidade e ele começou as aulas de grafite, hip hop, né? A cultura hip hop com grafite, break e batalha de MCs.”

Junto com Petezara, o outro professora de percussão é o Vini Malaca. Os projetos têm acontecido de forma independente, sem recursos externos, e o coletivo está atrás de verbas tanto para expandir as atividades quanto para adquirir instrumentos, tintas e oferecer lanches para as crianças que retomam as atividades, todas terças e quintas, no contraturno escolar, a partir de abril. Petezera conta como esse contato com a música percussiva brasileira vem de longe e também de um projeto social semelhante ao que eles agora estão tocando. “Eu Petezera e o Vini Malaca, a gente tem uma pesquisa em cultura popular desde a década de 90, né? Então nós somos cria da ONG chamada CDC Leide das Neve hoje é CCA, né? Antigamente a gente chamava de CDC.”

“A ONG ela existe ainda, ela mantém o projeto lá ainda de pesquisa, de cultura popular e tudo mais. E eu e o Vini Malaca a gente saiu dessa ONG. Então assim, a gente criou um grupo de maracatu lá dentro, que é o grupo Ilê Aláfia, nós somos os fundadores junto com outros colegas da época. E o grupo de maracatu Ilê Aláfia seguiu, existe até hoje, ele está né? Está com o nome dele na praça e tudo mais. E aí eu fui seguir pesquisando, né? O Maracatu de em São Paulo, em Recife, o Vini Malaca também, já viajou pra lá, a gente já viajou pra pesquisar direto com os mestres, as mestras e aí é isso e agora que agora a gente tá começando a a desenvolver esse projeto aqui na comunidade, né? E é um projeto que a gente quer deixar ele sedimentado pra que as próximas gerações dão andamento né? Dão segmento no projeto nessa ideia de trazer cultura, arte, entretenimento pra aqui pras crianças, né?”

Além das aulas de percussão no Projeto Batuque Vila Clara e das manifestações artísticas do hip hop, no Projeto Arte Eterna de Rua, o Coletivo 231 está aberto para receber parceiros que queiram somar a contribuir com outras atividades para as crianças e os adolescentes que são atendidos. “Então se alguém quiser vim fazer uma atividade com as crianças, uma vivência um workshop, uma apresentação, uma palestra enfim, a gente está sempre aberto a essas parcerias, a gente quer trazer, a ideia de todo esse projeto, é justamente isso, é trazer parceiros que queiram fazer um desenvolvimento social legal aqui na comunidade da Vila Clara.” Nas redes sociais do Coletivo 231 você encontra mais informações sobre os projetos desenvolvidos. É só procurar por @coletivo231.