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Os HQs ganham o mercado brasileiro e os mangás lideram a preferência do público

Entre os 100 títulos vendidos no país 71% são mangás considerando um período de 12 meses Por Romulo Bonfim


As HQs da turma da Mônica, do Capitão América e Homem-Aranha, estão nas prateleiras de leituras de adultos e crianças, por longos tempos. As produções brasileiras concorrem com os principais títulos mundiais, no entanto, já possuem um espaço garantido no mercado. Entre os 100 títulos mais vendidos no país, 71% são mangás, segundo o relatório produzido pelo site Quadrinhopédia, do mercado editorial brasileiro de quadrinhos, considerando os meses de julho de 2023 a julho deste ano. // O criador e ilustrador de histórias em quadrinho, Douglas Docelino é um artista da nova geração. Para ele, o público procura as obras nacionais apesar das dificuldades que o setor enfrenta. “O mercado nacional de quadrinhos tem alguns problemas como o preço da publicação, mas hoje tem muito mais incentivo. Tem o independente e ele tenta se manter como dar, mas existe um crescimento sim”, afirma Douglas. Para os consumidores dessas obras, as revistarias de HQs são os locais mais indicados. Lorenzo Rodrigues trabalha como coordenador há 4 anos, em um desses locais. Segundo ele, a loja possui muitas HQs nacionais, porém os quadrinhos estrangeiros vendem mais. “O mercado brasileiro ainda é muito nichado. Apesar de possuir bastante obra com qualidade, os leitores buscam títulos gringos”, declara Lorenzo. Personagens do dia-a-dia A criatividade para conquistar a preferência do público vai além do enredo. Os autores trazem em suas obras, personagens e temas que refletem o dia-a-dia dos brasileiros. As referências podem ser encontradas principalmente nas histórias em quadrinhos alternativas, onde seus idealizadores utilizam as suas vivências como base para compor as suas produções. A ilustradora Jay Nunes, coloca em suas personagens traços de personalidade e situações vividas pela própria autora. A artista acredita que dessa forma a aproximação com o leitor é imediata.

“As minhas inspirações vêm do meu cotidiano e, na grande maioria, das minhas vivências. Quase tudo que desenho são mulheres semelhantes a mim. Preso na minha arte que as pessoas se sintam confortáveis e representadas”, afirma a quadrinista. Assim como Jay, Douglas Docelino segue o mesmo caminho e cria enredos identificados com os territórios conhecidos da cidade de São Paulo. A personagem Simone é um exemplo, heroína negra, traz em suas tramas características totalmente paulistanas. “A Simone é uma mulher que você pode ver no trem, no trabalho e no dia-a-dia. Outro elemento que coloco são os bairros da cidade. Ela é do capão redondo e eu trago situações do capão. Essa é a tentativa de resgatar a cultura brasileira”, declara o autor.




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