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O bordado arpillera chega em São Paulo e denuncia crimes contra a vida e o meio ambiente

  • forumfdc
  • Apr 16
  • 3 min read

Mais de 30 obras expostas no MASP traduzem a dor e a resistência de mulheres que vivem em áreas atingidas por crimes ambientais.

Por Romulo Bonfim


Dor e resistência se unem e viram artes nas mãos de mulheres que contam as suas histórias em bordados utilizando a técnica da Arpillera. A exposição “Mulheres atingidas por barragens: Bordando direitos” estreou esse mês no MASP (Museu de Arte de São Paulo), para uma longa e colorida temporada.

Com 34 trabalhos, produzidos entre 2013 e 2024, as vítimas de crimes ambientais em todo o território nacional, reúnem-se em oficinas organizadas pelo MAB (Movimentos das Atingidas por Barragens) e produzem peças com a técnica chilena que podem ser vistas no Mezanino, Edifício Lina Bo Bardi, até 03 de agosto.

Para o morador de Ribeirão Pires, Delius Fernandes, apesar de conhecer a técnica do bordado, desconhecia a arte arpillera e destaca a qualidade de cores e textura das peças.

“ Tem um sentimento de luta muito profundo. Você vê as histórias sendo contadas nessa arte. É muito colorido, é diferente e além de ser diferente, tem muita cor, muita textura ”, afirma Delius.

A curadora de arte, Carolina Lauriano, analisa como positiva a exposição. Para ela, a arte arpillera é desconhecida do grande público e cria um olhar de conscientização sobre a importância desses movimentos.

“ Acho que é um projeto extremamente educativo e faz com que a gente crie consciência de que somos parte desse problema também. É um chamamento para a gente acordar e entender que isso é uma responsabilidade pública e que elas sejam vistas e percebidas ”, desabafa Carolina.

A coordenadora nacional do MAB, Daiane Höhn, acredita que a exposição é uma oportunidade para apresentar ao público as denúncias e propostas para preservar o meio ambiente.

“A nossa expectativa de público é muito grande. As próprias curadoras aqui do MASP dizem ser uma das exposições mais visitadas. Acho que vamos dialogar com

a sociedade, nas questões das violações das barragens de geração de energia elétrica, de acúmulo de água e barragens de minérios. ” declara Hohn.


Do Brasil para o mundo

O bordado arpillera produzido no Brasil, ganha visibilidade dentro e fora do país. Além de São Paulo, ocorre uma exposição, simultaneamente, em Bogotá, capital da Colômbia. No segundo semestre, a exposição chega em Los Angeles (EUA), Alemanha e Áustria.

Já em novembro deste ano, a COP 30, que será realizada na cidade de Belém do Pará, reservará um espaço para apresentar ao mundo a arpillera do Coletivo Nacional de Mulheres do MAB.

Daiane reitera que as peças são recebidas positivamente fora do país e criam a oportunidades para dizer ao mundo como as situações difíceis podem ser traduzidas em arte.

“ Não é a primeira exposição internacional, a gente já compôs outras. Cada vez que a gente leva a expressão da Arpillera, estamos levando a luta das atingidas, de como as mulheres protagonizam a luta e buscam seus direitos. Então é uma forma de traduzir isso tudo numa peça ”, explica a coordenadora.



A Central de Notícias da Rádio Star Sul para a vida é uma iniciativa do Projeto “Futebol: paixão nacional e interação social”. Este projeto foi realizado com o apoio da 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.

Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.


 
 
 

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