Mucambos de Raiz Nagô convidam para brincar maracatu no Jabaquara
- forumfdc
- Mar 22, 2022
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Updated: Mar 31, 2022
Há quase 15 anos, grupo mantêm vivas as tradições dos mestres e mestras do tambor, do jongo, da congada e do batuque
REPORTAGEM POR ALINE MELO
Quase todo sábado de tarde, o som dos tambores levam chamam a atenção para o número 45 da Rua Arsênio Tavolieri, no Jabaquara. É lá que há cerca de oito anos se reúne o grupo Mucambos de Raiz Nagô, para brincar o maracatu, dançar nas rodas de samba de bumbo, jongo, congada e batuque. Organizadas por Adalcir Vieira da Graça, o Índio, e Priscila, sua companheira, as atividades acontecem normalmente no Centro de Culturas Negras do Jabaquara.
Nascido em 21 de novembro de 2008, em festejos na Zona Leste de São Paulo, o Mucambos de Raiz Nago realiza uma série de projetos que incluem oficinas de percussão e dança, construção, manutenção e conservação de instrumentos, saraus e muita, muita troca com outros grupos, com os mestres e mestras que preservam as tradições populares.
“Qualquer pessoa pode participar do nosso grupo, dos nossos ensaios, desde que ela queira, desde que ela se sinta à vontade pra participar. Ela não precisa saber cantar, ela não precisa saber dançar, ela não precisa saber tocar, ela só precisa querer, sentir e falar, quero ficar, aí fica com a gente, aí a gente vai trocando, a gente vai evoluindo junto, a gente vai crescendo junto e é assim que a gente funciona. Somos eterno aprendizes. A gente aprende com os mestres juntos. Então quando os mestres vêm ensina todos iguais, ensina todos os nós. Então a gente vai aprendendo e vai desenvolvendo esse trabalho dessa forma. “
O grupo é formado por cerca de 40 pessoas, com especial destaque para as 17 crianças que integram o coletivo. “As crianças são nosso espírito evolutivo. Elas estão ali com a gente. No dia a dia, fortalecendo, trazendo pureza, trazendo leveza e trazendo toda essa liberdade de a gente poder brincar o maracatu. Eles são os nossos espelhos assim pra que a gente consiga melhorar todos os dias.”
Índio destaca que brincar o maracatu é honrar e homenagear todos os mestres e mestras que fizeram isso antes deles, todas as pessoas que já passaram pelo grupo. “Mas eu tenho certeza de uma coisa, que cada vez que a gente toca nosso tambor, cada vez que a gente leva pra outros lugares o nosso brinquedo a gente está levando diretamente o brinquedo deles. O brinquedo dos nossos mestres.
Cada vez que eles vêem os nossos tambores ecoar, eles estão vendo diretamente os grandes mestres que deram a vida, que deram, que viveram pra que isso acontecesse, né? Que a gente está falando de um brinquedo que tem mais de duzentos anos e que o Brasil não conhece como eu costumo dizer, Brasil não conhece o Brasil, né? O tu maracatu não é I love you, então cada vez que a gente faz esse trabalho eu tenho certeza que diretamente todas essas comunidades tradicionais estão sendo favorecidas, estão sendo atendidas. Que é por eles que a gente mais faz é por eles que a gente mais brinca e por nós também porque é bom, é gostoso, é maravilhoso.”
As atividades dos Mucambos de Raiz Nagô são divulgadas pelo Facebook/mucambos ou pelo Instagram, @maracatu.mucambos.de.raiz.nago
A Central de Notícias da Rádio STAR SUL é uma iniciativa do Projeto Elas que lutem: quem vai isolar o racismo?. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.

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